Decisão do STJ
equipara vigia patrimonial à de guarda para fins de aposentadoria
Publicado por
Leonardo Amorim em 24/11/2009 16:01
Quinta Turma equipara função de vigia patrimonial à de guarda para fins de aposentadoria
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
considerou que a profissão de vigia patrimonial, que no desempenho da sua
função fica exposta a riscos para impedir ação criminosa, também tem direito à
aposentadoria especial, da mesma forma que a do guarda. O Tribunal rejeitou
recurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que tinha como intuito
mudar acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª. Região (TRF1).
O TRF1 concedeu tal aposentadoria a um cidadão que durante
anos foi vigia do Banco do Estado de Minas Gerais S.A.. E, entendeu que esse
segurado, que chegou a usar revólver no exercício da profissão, tem direito à
conversão do período de atividade em que permaneceu nesse emprego em tempo
especial para fins de aposentadoria.
O argumento do
INSS ao apresentar o recurso junto ao STJ foi de que a atividade de vigia
patrimonial não pode ser considerada atividade especial, para fins de conversão
de tempo de serviço. Uma vez que não se equipara à função de guarda – citada no
Decreto 53.831/64 (referente à lista das profissões que podem ter aposentadoria
especial). Além disso, a entidade recorrente alegou que o acórdão do TRF1 - que
considerou como prejudicial à saúde o exercício da atividade profissional do
referido vigia - é divergente de entendimento do TRF da 4ª. Região sobre o
assunto.
A relatora do
recurso no STJ, ministra Laurita Vaz, entretanto, afirmou no seu voto que o rol
de atividades consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física no
decreto é meramente exemplificativo e não taxativo, sendo admissível que
atividades não elencadas neste rol sejam reconhecidas como especiais, desde que
tal situação seja comprovada por outros meios – caso do vigia em questão. E
destacou que, nesse caso, a atividade desempenhada pelo vigilante expôs sua
integridade física e sua vida aos mesmos riscos da profissão de guarda.
Além disso, a
ministra apresentou em seu relatório parecer do Ministério Público (MP) sobre o
caso, segundo o qual o tempo de servido prestado pelo segurado à época em que
estava enquadrado em atividades especiais pode e deve ser convertido como tempo
especial, desde que a atividade laboral tenha sido realizada antes da Lei
9.711/98 – que dispõe sobre a recuperação de haveres do Tesouro e do INSS. A
ministra Laurita Vaz citou, ainda, precedentes do STJ em relação ao caso, em
recursos especiais que foram desprovidos anteriormente pelos ministros Hamilton
Carvalhido e Arnaldo Esteves Lima.
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Leonardo Amorim, 2009.