#vaiteresocial
a la Dilma Rousseff
Nesta noite de 26 de outubro de 2014, o resultado das eleições presidenciais é o mais importante sinal de positividade para a atual proposta que tange o projeto E-SOCIAL, que saiu das entranhas do Sped para conquistar a mídia ignara e o mundo das palestras de encantamento.
Com a reeleição de Dilma Rousseff, os mais badalados ícones das hostes fiscais spedianas agora sabem que poderão continuar nos seus cargos e prover seus planos de gestão. Nada vai mudar na Receita Federal, no Ministério do Trabalho e Emprego, na CAIXA e no INSS, órgãos que trabalham em forma consorciada para desenvolver o tal projeto.
Nunca duvidei de que o E-SOCIAL
viria, mesmo se Aécio Neves fosse eleito, mas este da “era PT” certamente
morreria em uma eventual vitória tucana. É lamentável, mas teremos que aturar
este E-SOCIAL a la Dilma Rousseff, grandiosamente espetaculoso, cheio de
conceitos rasos, mítico e baseado em um espírito de amadorismo. Em 2013 foi
anunciado a sociedade mas sequer estava pronto; um ano depois, ainda estamos na
expectativa da formalização do comitê gestor e da publicação dos leiautes
definitivos.
Certamente o E-SOCIAL a la Dilma
Rousseff será executado como foram o HomologNet , o Ponto Eletrônico (REP) e a
Conectividade Social ICP, sistemas públicos lançados com grande pompa e que
ainda não conseguiram atingir os objetivos traçados. Terá sempre pontos fundamentais “para depois e depois”, como
normalmente ocorre com as obras do governo da nossa mandatária reeleita.
Estimo que haverá simplesmente a
continuidade de um modelo de comunicação com a sociedade que só pode ser
classificado como desastroso, para a história do Sped (não que tal história
seja algo elogiável). O E-SOCIAL até o momento, é mais um fenômeno de marketing,
sustentado por teóricos que de uma hora para outra, se tornaram doutores em
algo que ainda não viram, em meio a palestras superficiais sem debate reflexivo
e crítico, coisa que nesse meio é algo a ser totalmente evitado.
Este E-SOCIAL a la Dilma
Rousseff será em breve consolidado em um formato operacional muito próximo do
que se tem na versão 1.1 dos leiautes; um modelo, se é que se podemos
classifica-lo assim, baseado em proposições
que demonstram falta de vivência com a realidade de milhares de escritórios
contábeis e microempresas. Será um
E-SOCIAL tão eficiente quanto o “legado da Copa”.
Fico imaginando como será
reapresentado depois de tantas tentativas frustradas, após as “tenebrosas
discussões”, parafraseando uma canção de um garoto propaganda da presidentA; um
projeto meio cambaleante, pensado na surdina, curtido à espreita, na calada dos
bastidores, “por debaixo dos panos”, amalgamado com certas grifes de
consultoria, ungido por notáveis do Sped, tudo sem qualquer constrangimento sobre
o que deve ser observado quando se trata uma COISA PÚBLICA. O E-SOCIAL trata as
informações de interesse coletivo de forma viciada, coisas típicas de um estado
aparelhado partidariamente.
Teremos certamente um modelo bem
“flexível”, em um obscuro diálogo com uma “sociedade” um tanto quanto
particular, mediante encontros elitizados que não são capazes de sequer
produzir uma simples ata com dados técnicos sobre as proposições e definições
até então tomadas, o que mais me parece reuniões do “clube do bolinha”,
repletas de tapinhas nas costas, afagos, dengos, subterfúgios e declarações
politicamente corretas, tudo para propiciar uma fachada de abertura a
conversações que ganham relevância ao se usar instituições do porte da Fenacon
e do CFC.
E entre promessas e alarmes falsos, estamos com uma nova data especulada: 17 de novembro, segundo uma matéria do CFC, onde em mais uma reunião, poderão ser fechados os leiautes e o cronograma (leia em http://portalcfc.org.br/noticia.php?new=18037).
Até lá, resta aos nobres entusiastas do #vaiteresocial os meus parabéns! Lembro-lhes que o dito cujo vem fracassando desde aquele primeiro cronograma de 2009, e que certamente será imposto a “toque de caixa”, como quase tudo que se vem se fazendo na gestão petista, preservando aquele velho estilo “custe o que custar”.
Quero ver mesmo é a “implantação da tal coisa pensada, teorizada, palestrada como nunca antes na história deste país”. Ah! Também me lembrei que essa árdua missão não cabe a vossas senhorias, teóricos renomados do famigerado, pois é um fardo exclusivo para os anônimos que labutam diariamente neste país diante de nossas leis tão bem explicáveis quanto a tolerância que o nosso povo tem com os corruptos, enquanto uma elite fiscal brinca de construir modelos de escrituração para o Sped e uma outra se diverte dando palestras em tardes de autógrafos. Acho que será uma maravilha...
Então, vai ter E-SOCIAL a la Dilma Rousseff... Se vai funcionar direito? Bem... Estimo que será meia sola, tico-tico no fubá e enquanto corre a Consulta Pública em meio às hilárias promessas de que tudo será tão fácil que bastará apertar alguns botões, eu imagino que a melhor solução nesse mundo sombrio do E-SOCIAL, será encaminhar logo a massa de profissionais apreensivos que nunca se depararam com uma escrituração analítica digital tão complexa tecnicamente, a fazer um PRONATEC.
Pronto! Acho que encontrei a solução! Merece até uma palestra. Fica a dica para os nobres amigos do #vaiteresocial e creio que isso certamente alegrará nossa excelentíssima presidentA.
Vitória de Santo
Antão (PE), 26 de outubro de 2014.